Santo Antão é uma das nove ilhas habitadas de Cabo Verde, localizada no grupo do Barlavento, a noroeste, e segunda maior do arquipélago em superfície e a terceira em população, com aproximadamente 40 km de extensão longitudinal e cerca de 20 km de largura. De origem vulcânica, Santo Antão é a ilha mais mais setentrional e ocidental de Cabo Verde e a mais afastada do continente africano, pelo que o seu extremo oeste é considerado o ponto mais ocidental de África. O canal de São Vicente separa-a da ilha mais próxima, a ilha de São Vicente.
Desabitada aquando da descoberta em 1462 por Portugal, começou a ser colonizada, com pouco sucesso, em 1548. Uma cadeia de montanhas, tida durante muito tempo como intransponível, separa a ilha entre norte e sul.
Os principais aglomerados populacionais são a vila da Ribeira Grande, Porto Novo – porta de entrada de gentes e mercadorias vindas de São Vicente – e a Ponta do Sol – onde se localiza o aeródromo da ilha, actualmente desativado.
O ponto mais elevado da ilha é o Topo da Coroa, vulcão inativo com 1979 m, que se destaca de uma zona planáltica no noroeste da ilha. Segue-se o Gudo de Cavaleiro, com 1811 m, no centro da ilha, e o Pico da Cruz, com 1584 m, a nordeste.
A parte da ilha voltada a sudeste é quase completamente árida, enquanto que a zona nordeste goza de chuvas relativamente regulares e é verde. Não é de estranhar, pois, que a maioria da população se concentre nesta parte de Santo Antão.
Muitos vulcões são relativamente jovens e têm caldeiras. As montanhas são compostas de basalto e erguem-se a centenas de metros de altura.
Os vales resultam de uma forte erosão.
O nome Santo Antão foi dado pelo navegador português Diogo Afonso que descobriu a ilha no dia 17 de janeiro de 1462, em consonância com o santo do dia da descoberta, tal como ocorreu com outras ilhas do grupo (São Vicente, São Nicolau e Santa Luzia), e de acordo com o hábito já usado nos Açores.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, entre Portugal e o Reino de Castela, e que determinou a divisão das áreas de influência dos países ibéricos, estabeleceu que cabiam a Portugal as terras «descobertas e por descobrir» situadas antes da linha imaginária que demarcava 370 léguas (1770 km) a oeste da ilha de Santo Antão, e ao outro reino ibérico as terras que ficassem além dessa linha.
A colonização começou apenas em 1548. No século XVII, populações das ilhas de Santiago e do Fogo com colonos vindos do norte de Portugal fundaram a Povoação, a actual vila da Ribeira Grande na zona norte da ilha.
Santo Antão é uma ilha eminentemente agrícola. As principais produções são cana-de-açúcar, inhame, mandioca, banana, manga e milho. Uma densa rede de levadas e reservatórios permite a recolha e armazenamento de água das ribeiras a diferentes níveis, para distribuição pelas culturas de regadio praticadas nos socalcos escavados nas encostas.
Um das principais produções da ilha é o grogue, um tipo de cachaça produzido localmente e muito popular em todo o arquipélago.
A pesca tem também um papel importante na economia da ilha.
A pozolana é explorada na ilha de Santo Antão por uma unidade industrial em Porto Novo.
Nos últimos anos o turismo tem vindo a tornar-se uma indústria com importância crescente. A paisagem íngreme, contrastando áreas verdes com regiões absolutamente secas, e uma rede de trilhos de acesso às povoações e aos campos de cultivo espalhados pelos diferentes vales são um forte atrativo para os turistas com gosto por longas caminhadas, o turismo-aventura e o ecoturismo.
Hoje no interior dos vales podemos encontrar pequenas organizações empresariais com o intuito de explorar o turismo.
O acesso por mar faz-se por Porto Novo, na vertente sul, onde fica situado o principal porto da ilha de Santo Antão. Há ligações diárias regulares com o Mindelo, na vizinha ilha de São Vicente, a apenas uma hora de viagem. O porto de Porto Novo foi inaugurado em 1962. Possui um molhe acostável de 245 metros de comprimento e um armazém coberto com uma área de 450 m².
O aeródromo de Santo Antão, localizado na Ponta do Sol, encontra-se, atualmente, desativado. Era designado Aeródromo Agostinho Neto, em homenagem ao antigo presidente de Angola, que, no início dos anos 1960 do século XX, viveu durante algum tempo na Ponta do Sol, para onde havia sido deportado. Estão em curso estudos para construção de um novo aeródromo.