Brava é uma ilha e concelho do Sotavento de Cabo Verde. A sua maior povoação é a vila de Nova Sintra. O único concelho da ilha tem cerca de sete mil habitantes. Com 67 km², Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde, e tem uma densidade populacional de 101,49/km². A ilha tem uma escola, um liceu, uma igreja e uma praça, a Praça Eugénio Tavares.
A ilha Brava foi descoberta em 1462 pelos portugueses e mais tarde tornou-se num entreposto de escravos. Depois de os primeiros habitantes, provenientes da Madeira e do Minho, essencialmente, se terem estabelecido por volta de 1540, a ilha começou a ser mais intensamente povoada por volta de 1620 pelos habitantes em fuga da ilha do Fogo, que fica a cerca de 20 quilómetros, assustados com as constantes erupções do vulcão local. Em 1680 houve uma grande erupção que originou uma deslocação maciça de pessoas do Fogo para a Brava.
Quando a ilha foi descoberta, deram-lhe o nome de S. João. No entanto, algum tempo depois o nome foi alterado devido ao aspecto florido que a ilha tinha. Foi-lhe dado o nome “Brava” que significa “selvagem”. Sendo “brava” um adjectivo, tal como “selvagem”, “rebelde”, “verde” ou outro adjectivo qualquer, o nome da ilha, ao contrário das outras todas, não vem regido da preposição “de”, como é o caso de substantivos — nomes de coisas (Fogo, Maio, Sal) ou nomes de Santos (São Nicolau, Santa Luzia, São Vicente, etc.). O mesmo se passa com “ilha Terceira” nos Açores (e não ilha da Terceira). Até em crioulo existe essa diferença: diz-se Dja d’ Sal, Dja r’ Mai’, Dja di Santiagu, Dja r’ Fogu, mas nunca Dja di Braba, é sempre Dja Braba.
A localidade de Furna está dotada de um porto, que no passado era usado pelos baleeiros, que faz as ligações marítimas com o resto do arquipélago de Cabo Verde, nomeadamente com o Fogo e Santiago.
Um dos locais favoritos a visitar na Ilha Brava são as piscinas naturais de Fajã d’Água, que são provavelmente as mais impressionantes do arquipélago cabo-verdiano. O pitoresco cenário montanhoso cria um cenário deslumbrante para o seu mergulho nas piscinas naturais.
De características vulcânicas, é um território bastante montanhoso, com picos muito elevados e vales profundos, atingindo uma altura de 976 metros no Pico das Fontainhas. Há muitas escarpas na costa, recheada de baías.
Entre os séculos XVII e XIX a ilha foi bastante assediada por piratas, que se aproveitavam das inúmeras baías existentes.
Brava tem um clima muito húmido que possibilita a existência de imensas variedades de plantas, o que lhe valeu ser também conhecida por ilha das Flores. A temperatura média da ilha Brava oscila entre os 16 e os 25 graus centígrados.
A norte de Brava há duas ilhas desabitadas, chamadas de Ilhéu Grande e Ilhéu de Cima.
A personalidade mais conhecida da ilha Brava é o músico Eugénio Tavares, que se dedicou à tradicional “morna”, canta em português e crioulo.
Para além do português, língua oficial, o crioulo cabo-verdiano é usado no dia-a-dia pela maioria da população da Brava. Existe uma variante local do crioulo cabo-verdiano.